Por Jorge Hori* - Várias vacinas já têm autorização emergencial e estão sendo aplicadas. Outras estão em fase final dos testes, com condições de obter autorizações definitivas. Uma delas é a Coronavac, que vem sendo produzida em São Paulo, pelo Instituto Butantã, além de importações da China, formando um estoque inicial de mais de 40 milhões de doses.
O Governo do Estado está programando iniciar a vacinação no dia 25 de janeiro, dia do aniversário da cidade de São Paulo, que completa 467 anos.
Começará pela cidade, atendendo aos grupos prioritários já definidos: os profissionais de saúde e os idosos, com mais de 75 anos.
Ainda há dúvidas com relação à data efetiva de início, em face dos confrontos políticos entre o Governo Federal e o Estado de São Paulo e dúvidas maiores em relação às fases subsequentes.
Essas dependem de negociações com o Governo Federal, em relação aos financiamentos da vacinação em massa, as quais serão fortemente contaminadas por interesses políticos, prejudiciais a São Paulo.
Os grupos prioritários serão vacinados, ainda no primeiro semestre de 2021, com possibilidade de receber a segunda dose e - teoricamente - estarem livres de contaminação.
Os demais ainda precisarão esperar para poder se livrar do vírus, mas nem todos irão esperar pela sua imunização e das pessoas com as quais irão conviver deliberadamente ou não.
As recomendações sanitárias são de continuar com todas as medidas de prevenção, como evitar aglomerações, usar máscara, lavar as mãos frequentemente, permanecer mais tempo em casa etc. E se tiverem sintomas ou teste positivo - mesmo sem sintomas - atender à quarentena de isolamento. Mas os negativistas farão questão de descumprir as recomendações, para demonstrar a sua posição pessoal. Nem vão aceitar que estão assumindo riscos. Porque para eles tais riscos não existem.
Essa rebeldia dos negativistas fará com que os cautelosos se mantenham retraídos, não retornando plenamente às atividades, antes de serem vacinados e se sentirem seguros da sua imunidade.
Dessa forma, no primeiro semestre de 2021, podendo se estender para todo o ano, a cidade de São Paulo só voltará parcialmente ao normal, seja a retomada do velho normal ou a adoção do novo normal.
As pessoas sairão mais às ruas, andarão mais de carro, irão gerar congestionamentos, embora em menor escala que do antigo normal. Voltarão a buscar vagas para estacionar os seus carros, o mais próximo do destino final e, preferencialmente, com menor demanda, o que é contraditório.
A reação das pessoas, diante do dilema, será mudar o destino final, acentuando a descentralização das atividades urbanas. Nos próximos anos essa será a tendência do uso e ocupação do solo, em São Paulo, depois haverá um refluxo, com a reocupação das áreas desprezadas.
É o processo usual do mercado imobiliário, dentro da dinâmica capitalista, mas que pode ser abortada por eventos inesperados.
Foi o que ocorreu em 2020, com a interrupção da recuperação do centro e a formação de um novo polo de escritórios, comércio e serviços no corredor da Av. Rebouças, que será efetivado em 2021 e 2022.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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