Entre todas as invenções já criadas pelo ser humano, poucas foram tão impactantes quanto o automóvel. Por meio dele houve uma verdadeira revolução que mudou para sempre a forma como as pessoas se locomovem e se interagem socialmente. A questão é que, após um século de evolução e mudanças, o setor automotivo precisa dar um passo adiante e continuar inovando – o que faz com que os veículos elétricos despontem com destaque na estratégia de montadoras e na preferência dos motoristas.
Um levantamento da consultoria McKinsey indica que praticamente dois a cada três brasileiros (64%) veem com bons olhos ter um carro com energia limpa. Não bastasse isso, uma análise da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostra que foram quase 3,4 mil emplacamentos de automóveis totalmente elétricos no primeiro semestre de 2022, 19% a mais do que o total de 2021. Mas quais motivos colocam essa modalidade com destaque em todo o setor? Confira os principais:
1 – Conformidade com princípios ESG
Quando se fala em carros elétricos, é evidente que a questão ambiental aparece como o principal fator de popularização e aceitação. Afinal, são veículos que trocam o consumo de combustível fóssil, que lança dióxido de carbono na atmosfera, pela energia elétrica. Porém, trata-se da sustentabilidade como um todo de acordo com os princípios ESG de desenvolvimento social, respeito às normas e proteção ao meio ambiente. É um tema em alta para empresas e investidores atualmente.
2 – Evolução tecnológica e digital
A indústria automotiva é uma das que mais demandam inovação tecnológica em seus processos. Seja para otimizar a produção de veículos, seja para deixá-los mais seguros ou até com novos desenhos aerodinâmicos, as montadoras estão alinhadas às tendências e soluções digitais. Um carro elétrico, portanto, é a face dessa digitalização do setor e, mais do que isso, um veículo que facilita a incorporação de novidades, como computadores e uso de inteligência artificial para poupar energia e facilitar a direção do motorista.
3 – Alternativa aos combustíveis fósseis
Do início dos automóveis, com a criação da linha de montagem fordista, até o momento, várias transformações ocorreram nessa indústria, mas uma situação se manteve: a utilização de combustível fóssil como principal fonte de combustão para fazer funcionar os veículos. O problema é que, além de ser altamente poluente, é um recurso finito. A utilização de energia elétrica se consolida como principal alternativa para manter a produtividade do setor sem que isso resulte em perda de desempenho.
4 – Melhor relação de custo/benefício
O terceiro tópico leva a outra questão: os carros elétricos possuem uma melhor relação custo/benefício tanto para as fabricantes quanto para os motoristas. Não há queda de potência em relação à combustão, a vida útil da bateria é tão boa ou até melhor do que a de um motor de um veículo a gasolina ou álcool e o custo da produção é similar. Em suma: a utilização de carro elétrico não gera prejuízo nem para a montadora e muito menos para a pessoa que irá utilizá-lo.
5 – Legislação e demanda da sociedade
Um ponto importante que coloca o veículo elétrico no centro da estratégia das principais fabricantes é a mudança na legislação que rege o setor em todas as nações. São leis que facilitam a fabricação de automóveis considerados limpos por meio de incentivos fiscais. A União Europeia, por exemplo, decidiu pôr fim na produção de carros à combustão até 2035 em todos os países no bloco. Já no Brasil há um intenso debate entre empresas, profissionais e acadêmicos para construir um novo marco regulatório que estimule todo o setor.
6 – Mobilidade eficiente
Por fim, é importante ressaltar a importância dos veículos elétricos para uma mobilidade mais eficiente. Aqui, evidentemente, não estamos falando apenas dos automóveis, mas de outros modais, como motos e patinetes. A utilização da eletricidade expande as opções de locomoção para as pessoas e, consequentemente, faz com que o trânsito nas pequenas e grandes cidades seja bem mais eficiente – além, é claro, de ser bem mais sustentável e limpa do que observamos atualmente.
Olhar Digital, 01/11/2022