O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,24% em junho, um pouco abaixo do resultado de maio (0,26%), segundos dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE. Embora o resultado indique um cenário de inflação sob controle, o índice segue baseado em fatores pontuais, com destaque para o aumento da energia elétrica residencial.
A conta de luz subiu 2,96% no mês, sendo o item de maior impacto individual no IPCA de junho, com contribuição de 0,12 ponto percentual. O avanço está diretamente relacionado à adoção da bandeira tarifária vermelha nível 1, que encarece o custo da energia devido ao acionamento de usinas termelétricas. No acumulado de 2025, a energia elétrica já subiu 6,93%, maior alta para o primeiro semestre desde 2018, quando o avanço foi de 8,02%.
A trajetória da energia em 2025 tem sido marcada por oscilações. Após a queda em janeiro dos bônus de Itaipu, houve alta em fevereiro, estabilidade nos meses seguintes sob bandeira verde, seguida por bandeira amarela em maio e vermelha em junho. Esse padrão reflete as condições hidrológicas desfavoráveis, que desativam a geração mais cara.
Com o resultado de junho, o IPCA acumula alta de 2,99% no ano e de 5,35% em 12 meses. Apesar de estar em um patamar considerado moderado pelo mercado, a inflação segue acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central, que gira em torno de 3,0% a 3,5% ao ano. A pressão sobre os custos de energia reforça a vulnerabilidade do índice a choques tarifários e climáticos, e mantém o tema no radar de famílias e investidores.
UOL, 10/07/2025