A Ecovagas, braço da Estapar em parceria da Enel X no segmento de carregamento de veículos elétricos e híbridos, enxerga hoje uma demanda para triplicar o número de pontos de carregamento no país, dos 250 atuais para 750, disse o diretor da Ecovagas, Beto Costa.
Neste mês, a empresa concluiu a instalação da primeira leva de pontos de carregamento e encontrou uma forte demanda entre os parceiros e estabelecimentos, que querem mais pontos. “Atualmente estamos estudando o tamanho dessa expansão”, ponderou, acrescentando que o inicio da ampliação pode ganhar corpo no ano que vem.
A Estapar registrou no segundo trimestre uma receita de R$ 175,6 milhões, alta de 104% sobre o mesmo período de 2020. Mesmo assim, o prejuízo aumentou 7,3%, para R$ 60,7 milhões, diante do aumento nos custos de bens e serviços e nas despesas operacionais, assim como ciclo de investimentos da empresa, como a concessão da Zona Azul, em São Paulo.
O negócio de carregamento, que virou uma empresa separada no ano passado, começou a ser implantado em meados de março deste ano. Hoje, os usuários de todas as marcas de veículos podem carregar gratuitamente nas vagas. O plano, entretanto, é que nos próximos seis meses o serviço passará a ser gratuito apenas para carros fabricados por empresas parceiras - por enquanto Volvo e Stellantis, que engloba marcas como Peugeot e Fiat. A taxa a ser cobrada ainda não foi definida.
O negócio da Ecovagas encontra uma sustentação importante na capilaridade da rede de estacionamentos da Estapar, com 645 operações (on street ou off street, alugadas ou administradas) espalhadas por 77 cidades e 15 estados. No futuro, o plano é levar seus serviços para fora dos estacionamentos da empresa mãe.
O modelo do negócio hoje foca na chamada carga de oportunidade. Ou seja, dar alguns quilômetros a mais de autonomia ao motorista quando ele faz alguma atividade, como compras em um shopping. Há outra vertente não explorada pelo grupo hoje, que são as cargas em rodovias, que precisam de uma infraestrutura e capex muito maiores.
Uma das oportunidades no radar são carregadores dentro de empresas para atender às frotas internas. “O setor de frota vai começar a se posicionar. As grandes companhias estão se movimentando, até por estratégia de ESG”, disse. Há espaço até para usar os carregadores em caminhões e caminhonetes que tem mais uso operacional. “Há movimentação e que pode fazer a gente rapidamente ir para esse segmento”, disse.
Para além das oportunidades no presente, a empresa enxerga muito crescimento no horizonte. De acordo com informações da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), no ano passado, as vendas de unidades elétricas e híbridas chegaram, pela primeira vez, a 1% das entregas totais. Entre janeiro e junho deste ano, os 13.899 eletrificados emplacados representaram 1,4% do total comercializado no mercado interno.
A expectativa do executivo é que políticas públicas para incentivar o uso de uma matriz energética mais limpa motivem a adoção do carro elétrico nas economias ao redor do mundo, colaborando para popularizar ainda mais o veículo.
Fonte: Valor Econômico - 24/09/2021