Os números são do Detran-SP, que em fevereiro registrava exatos 6.421.125 veículos (sem contar os de locadores, com placa de outras cidades).
Já a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) forneceu à Folha números de emplacamentos em São Paulo equivalentes ao mês de março. Foram 37.161. Mantido o ritmo em abril, a frota deve ter ultrapassado 6,5 milhões, maior crescimento anual desde 1998.
Além disso, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em julho de 2008 foram vendidos 288 mil veículos e, em março deste ano, 271 mil (maiores marcas até hoje).
Parte do crescimento se deve a incentivos fiscais, como a redução no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que a União deu ao setor para evitar a quebra da indústria automobilística por causa da crise.
Enquanto o governo ajuda a economia, porém, São Paulo e outras cidades sofrem com engarrafamentos, diz Jaime Waisman, professor de engenharia de transportes da USP.
"A cidade não vai parar, nem os engarrafamentos vão aumentar de tamanho, porque não há espaço para isso."
Waisman diz não ser possível precisar quantos quilômetros de engarrafamentos a cidade ganhou porque não se sabe a distribuição espacial desses carros pela cidade. Mas haverá prejuízo ao motorista, diz.
"Carros vão andar mais devagar. O motorista vai querer desviar por ruas que não tinham grande fluxo, e a lentidão poderá chegar a áreas que não tinham esse problema", afirma.
Waisman diz que o princípio da solução está nos investimentos em transporte público.
"A partir de 2010, mesmo com a venda de carros, o sistema talvez pare de piorar, já que serão inaugurados o trecho sul do Rodoanel e a linha 4 do Metrô. O problema é convencer o cidadão a não usar o carro."
Cobertura parcial
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diz que, apesar do aumento da frota, não foi registrado aumento de congestionamentos no ano passado. O recorde de lentidão no trânsito foi há em 9 de maio (266 km).
De acordo com a companhia, os índices de lentidão diminuíram graças a medidas como restrição à circulação de caminhões e redução de estacionamentos em vias de regiões como Jardins e Rua Augusta.
A área monitorada pela CET abrange cerca de 800 km. Vias de tráfego intenso, como Vergueiro e Alameda Santos, por exemplo, não são monitoradas.
Fonte: Folha de S. Paulo, 10 de maio de 2009