É difícil, mas não impossível, eliminar as vítimas fatais no trânsito urbano. Prova disso é que a Dekra, empresa alemã de inspeção veicular com presença internacional (inclusive no Brasil), instituiu na Europa o prêmio Vision Zero, atribuído anualmente a uma cidade que tenha atingido esse objetivo. Este ano, quem o recebeu foi a pequena cidade alemã de Lüdenscheid (74 mil habitantes) com a extraordinária conquista de zero mortes no trânsito em sete anos consecutivos, de 2012 a 2018.
Em outros países, mais de 1.000 cidades já atingiram o objetivo do Vision Zero em pelo menos um ano, desde 2009. “O que comprova ser possível eliminar mortes no trânsito e que os esforços para isso devem continuar, pois qualquer fatalidade do gênero é inaceitável”, disse Stefan Kölbl, CEO da Dekra.
Desafio mundial
A empresa alemã relata que a segurança das pessoas no trânsito continua sendo um dos maiores desafios que a nossa sociedade enfrenta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem em acidentes no trânsito todos os anos.
Desde 2008, a Dekra vem publicando o Relatório Anual de Segurança Rodoviária que integra o compromisso com a segurança veicular, iniciada há mais de 90 anos.
E no Brasil?
A ONU lançou um desafio em 2010: reduzir em 50% as mortes no trânsito no decênio 2011-2020. Exceção entre cidades brasileiras, Salvador atingiu a meta antes do prazo.
A Transalvador – autarquia municipal encarregada de gerir o trânsito na cidade – adotou um pacote de medidas para reduzir o tráfego e o número de acidentes em determinadas vias.
O desafio da ONU no Brasil deu origem ao Projeto Vida no Trânsito (PVT), lançado pelo Ministério da Saúde e que tem parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde, um braço da ONU e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A iniciativa conta com apoio da Bloomberg Philantropies e denominada Road Safety in Ten Countries (Segurança Rodoviária em Dez Países). Os dez países focados – Brasil, Rússia, China, Turquia, Egito, Vietnã, Camboja, Índia, Quênia e México – respondem por cerca de 600 mil mortes, ou 62% de todos os óbitos no trânsito por ano no mundo.
O projeto foi implantado em 2011 nas cidades de Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Palmas (TO) e Teresina (PI). Em 2013 foi expandido para Salvador, demais capitais e municípios com mais de um milhão de habitantes.
Na capital baiana, o número de acidentes de trânsito com mortes foi reduzido de 239 em 2013 para 116 em 2017 e a meta da Transalvador é zerar o número de óbitos no trânsito.
Fonte: Jornal do Carro, 27/01/2020