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Vieses do Investidor – você reconhece o seu?

Por Daniel Cecchetti* - Tomamos decisões o tempo todo ao longo da nossa vida. Logo, não é de se espantar que o nosso cérebro tenha desenvolvido maneiras de aperfeiçoar a tomada de decisão, seja para economizar esforços ou rapidez de resposta.
Sabe aquelas famosas regras de bolso que agilizam e simplificam nossa percepção das informações que recebemos? De um modo geral, facilitam nossa vida; por outro, podem nos induzir a erros de percepção, avaliação e julgamento que escapam à racionalidade.

Essas regras são vieses comportamentais e conhecê-los é de extrema importância ao investidor que quer ter sucesso nas suas decisões. Hoje, falarei de uma delas, a ANCORAGEM.
De forma simplificada, significa dizer que damos muito valor a informação inicial recebida e não avaliamos corretamente se ela continua sendo válida ao longo do tempo. Você já se sentiu como se estivesse “preso” a um investimento e ainda que racionalmente você devesse vendê-lo, não consegue? É mais ou menos esse sentimento, você fica ancorado!

Um exemplo: por incrível que pareça, se perto do momento de investir, uma pessoa é previamente exposta a palavras como “promoção”, “pechincha”, “barato”, “vantagem”, tem mais chance de avaliar um investimento como vantajoso do que um investidor exposto a palavras como “caro”, “exorbitante”, “puxado”, “alto”, etc.

Esse comportamento está relacionado à forma como a mente funciona: nossa enorme capacidade associativa, que faz com que palavras, conceitos e números evoquem outros similares, um após o outro, numa reação em cadeia.
Outro exemplo: num momento de queda generalizada do mercado onde o preço das ações de empresas sólidas estão abaixo do que realmente valem (que em tese, voltam ao seu valor com o tempo) a maioria dos investidores adotam um comportamento defensivo e se afastam do mercado, desperdiçando boas oportunidades de investimento.
Para evitar o viés da Ancoragem, é recomendável que o investidor:

• Preste especial atenção a valores tomados como referência, verificando se têm fundamento sólido ou se são arbitrários, utilizados simplesmente como âncoras

• Mantenha-se atualizado quanto aos índices de comparação (taxas de câmbio, inflação, CDI, etc.) para não basear sua decisão em indicadores que não se aplicam ao cenário atual

• Questione suas premissas, certificando-se de que sejam realmente relevantes para a tomada de decisão e de que não sejam utilizadas apenas para suprir uma possível lacuna de informação

• Evite tomar decisões financeiras por impulso e sem informações suficientes, pois, na falta de base racional, sua mente irá apelar para o que estiver mais facilmente à disposição, porém nem sempre a seu favor.

*Daniel Cecchetti possui ampla experiência profissional no mundo corporativo e financeiro, adquirida ao longo de mais de 17 anos como executivo de grandes empresas multinacionais, com MBA Executivo pelo Insper. sócio e assessor de Investimentos na Manhattan, Head de Empresas e gestor da filial de São José dos Campos. LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/danielcecchetti/

Nota do Sindepark: os artigos publicados nesta newsletter não refletem, necessariamente, a opinião do Sindepark.

Categoria: Artigos


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