Parking News

Uso de aplicativos aumenta os congestionamentos

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Por Jorge Hori*

Pesquisa da Universidade da Califórnia afirma que Waze, Google Maps e outros aplicativos atrapalham mais o trânsito do que ajudam.

Segundo as pesquisas, os congestionamentos se espalham pela cidade, ao contrário da época sem os aplicativos, em que os congestionamentos se concentravam nas vias estruturais.

Hoje passei por uma experiência concreta que comprova a pesquisa.

Morando junto ao corredor da Av. Francisco Morato, Eusébio Matoso, Rebouças e Consolação, tendo que ir ao centro, uso normalmente um táxi ou o ônibus "Praça Ramos".

Ao perceber a fila de ônibus, optei por um táxi, orientando-o pelos caminhos alternativos. Todos estavam lotados de carros, provavelmente orientados pelo waze.

Os meus caminhos alternativos deixaram de ser opção porque o waze os tornou públicos. Depois de perder mais de 20 minutos nos congestionamentos usuais, busquei saída em direção ao metrô.

Cheguei ao evento com 30 minutos de atraso, quando esperava chegar com 10 de antecedência. Mas, como é usual, o início do evento atrasou um pouco mais. Para esperar por uma autoridade que estava presa no trânsito.

É mais uma pesquisa, ora comprovada pessoalmente, que mostra que os aplicativos apresentados como grande solução para melhorar a mobilidade urbana têm se revelado o contrário.

Com o Uber, 99 e outros aplicativos de chamada, provavelmente houve uma redução da frota em movimento, mas um aumento ainda maior de utilização, piorando o trânsito.

Se as dificuldades de uso do carro estariam levando motoristas a deixar o carro em casa, e optar pelo transporte coletivo, os aplicativos passaram a dar maior segurança a eles para sair com eles.

Se encontrassem um congestionamento, logo o waze os reorientava para os caminhos alternativos. Em geral, sem as mesmas condições de fluência das vias estruturais. Logo, esses também ficam congestionados. E essa situação não será diferente com o carro autônomo. Pode ser sem motorista, mas o carro continuará dependendo das vias terrestres.

Sem dúvida, os aplicativos pioraram o trânsito em São Paulo, com maior movimentação dos carros.

Mas, para alguns dos ativistas pró-mobilidade urbana, o culpado é o suspeito de sempre: o estacionamento.

O setor de estacionamento continua dialogando consigo mesmo. Conversa com os mesmos de sempre. E reclama da incompreensão dos outros. Falta dialogar com a sociedade.

O que os ativistas sabem fazer muito melhor.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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