Parking News

Sem Previdência, será preciso plano B para economia decolar

Por Jorge Hori* - Jair Bolsonaro foi eleito nacionalmente pela "nova política", mas o Congresso Nacional, na sua maioria, continuou sendo eleito, estadualmente, pela velha política. A política dos interesses comunitários ou corporativos que a maioria dos deputados federais e muitos senadores representam como "despachantes" daqueles. Para atender aos seus eleitores precisam de emendas parlamentares e nomeação de dirigentes regionais dos órgãos federais.

Não há como aprovar um projeto de emenda constitucional que precisa dos votos favoráveis de 308 deputados e 49 senadores sem apelar para a velha política do "toma lá, dá cá".

As primeiras contas indicam que haveria cerca de 180 votos dos que foram eleitos pela nova política, representando interesses nacionais e não locais ou corporativos. Esses não seriam despachantes. Desconsiderando 170 deputados da oposição, ficariam 163 despachantes dispostos a negociar o seu voto, a favor do Governo, em contrapartida dos benefícios aos seus eleitores, através da atuação deles. Se o Governo conseguir a totalidade dos votos desses despachantes alcançaria 313 votos, 5 votos acima do necessário para aprovação da PEC da Previdência. Para ter maior segurança precisaria negociar com os despachantes que estão em partidos da oposição.

Bolsonaro não conseguirá aprovar a Reforma da Previdência sem negociar com a velha política. Até agora tem se mantido nessa posição e não consegue avançar. Rodrigo Maia se dispôs a conduzir a negociação, para a aprovação da Reforma da Previdência, mas passou a sofrer o "fogo amigo", dos que não aceitam a negociação com base no "troca-troca". Maia chegou a se retirar, mas retomou, com o sofisma de ser a "boa política", nem nova, nem velha. Mas é a velha, negociada no varejo e não no atacado, como no "presidencialismo de coalizão". A embalagem é nova, mas o conteúdo o mesmo. E a opinião pública percebe. O que leva Bolsonaro ao tradicional dilema.

Se Bolsonaro recusar a "velha política" não consegue aprovar a Reforma da Previdência, o mercado reage mal, a economia continua patinando, o mercado de trabalho continua com alto desemprego e a sua aprovação popular seguirá ladeira abaixo, ampliando o risco de uma pressão para sua retirada da Presidência.

Se adotar a "velha política", mesmo com nova roupagem, conseguirá a aprovação da Reforma da Previdência, mas os seus eleitores sentir-se-ão traídos, afetando, igualmente, a sua aprovação popular. Sem essa, as possibilidades de permanência no cargo ficam mais comprometidas.

O cenário mais provável é que a Reforma da Previdência não seja aprovada em 2019. Mas o mercado perceberá que a economia pouco depende dessa aprovação, como quer Paulo Guedes. E a economia poderá decolar, com o plano B.

 

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


Outras matérias da edição

Áreas de estacionamento

O 1º Parking Lab Expo será realizado de 21 a 23 de maio no São Paulo Expo, voltado a profissionais da área de estacionamento do país (...)

Quase tudo

46% dos clientes de sistema de pagamento eletrônico usam o serviço para contas como estacionamento, combustível e até comida no drive-thru (...)

Como a internet mudou a vida do motorista

Mapas atualizados em tempo real, aluguel de bikes, motoristas de aplicativo e até cursos exigidos pelo Detran, como o de reciclagem para recuperação de CNH suspensa ou cassad (...)


Seja um associado Sindepark