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Revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo do Recife

 

Ano de 2014 quase 87 mil pessoas na faixa etária de 18 a 29 anos tiraram a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em Pernambuco. Nos últimos cinco anos, essa tendência vem caindo e, em 2019, esse número baixou para 54 mil, uma redução de 37,9%. Em São Paulo, nesse mesmo período, a redução foi pouco mais de 20%. Para os especialistas, a falta de interesse pelo carro traz reflexos no trânsito, mas também nas moradias. Os sem carro não fazem questão de garagem e ainda mais se isso representa redução de custo na casa própria. Pela primeira vez, com a revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo do Recife de 1996, está sendo proposta a não exigência da vaga mínima de garagem, que era um ponto quase inegociável até então. Uma vaga de garagem pode representar em média 20 metros quadrados de área e para o mercado a garagem sempre foi uma exigência dos clientes. A questão que vem sendo levantada pela equipe do Instituto da Cidade Pelópidas da Silveira (ICPS) é se há ou não uma mudança de paradigma nos deslocamentos e nas escolhas das futuras moradias.
A capital paulista já aposta em habitacionais sem garagem para atender a um público que liga cada vez menos para o carro e busca outras formas de deslocamento, seja no transporte público, aplicativos de transporte, bicicleta e o caminhar. Dos 37 mil apartamentos lançados em São Paulo no ano de 2018, cerca de 40% não tinham vaga para garagem. Na capital pernambucana, o mercado imobiliário ainda olha com cautela essa mudança de comportamento.
“A oferta de vagas de estacionamento, comercialmente, está condicionada ao desejo do cliente. O empreendedor tem que buscar sempre viabilizar seus empreendimentos entendendo as necessidades do consumidor, seja por meio de pesquisas, observação comportamental ou análise de tendências. A não obrigatoriedade de vagas pode ser uma boa, pois torna o desenvolvimento de novos projetos mais flexível”, revelou Sandro Guedes, assessor urbanístico da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi).
A única preocupação do setor é a limitação de área máxima de construção, pois pode restringir a oferta de vagas em empreendimentos específicos, que por suas características, demandem mais estacionamento.  “Quem quiser colocar as vagas que eram exigidas anteriormente coloque e quem quiser reduzir, reduz. Há quem defenda a restrição estrita. A gente, enquanto poder público, está dizendo que não haverá mais exigência mínima”, apontou João Domingos, presidente do ICPS.
“A gente não precisa tratar a pessoa que não tem carro como exceção. Eu não tenho carro e gostaria de pagar mais barato por um prédio sem estacionamento e eu não consigo um que não seja muito antigo”, revelou o urbanista Pedro Guedes.
Fonte: Diário de Pernambuco - Recife  - 01/02/2020

Categoria: Geral


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