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Regiões do Centro têm escassez de estacionamentos

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Por Jorge Hori* - O Centro da cidade de São Paulo sofreu um processo de decadência, com a importante colaboração do setor imobiliário, que passou a oferecer alternativas de localização residencial e comercial para a média e alta renda.

O preceito foi de modernidade e o "antiquado" Centro da cidade foi sendo esvaziado.

Agora é o próprio setor imobiliário que quer revitalizar o Centro, com novas concepções de moradia para a média e alta renda. Entre as quais a menor necessidade do automóvel e de estacionamentos.

O Centro principal se expandiu e áreas então periféricas foram incorporadas a ele. Algumas resistiram à decadência econômica através do comércio.

Se no domingo e feriados várias áreas do Centro ficam vazias, alguns "clusters" fervilham com a movimentação de pessoas.

A região da 25 de Março não era uma área periférica, mas uma inocupável pelo risco de enchentes do rio Tamanduateí, que sofria o refluxo das águas do rio Tietê. Em função dos riscos, depreciando o valor imobiliário, acabou sendo ocupada pelo comércio atacadista e varejo popular que atrai - atualmente - milhares de pessoas, para as compras. Passou a atrair compradores/revendedores do Interior e consumidores de renda média e alta que buscam preços mais em conta, mas não encontram... vagas para estacionar.

São poucos os terrenos vagos para estacionamento e a demanda pelos pontos comerciais, inflacionando os valores imobiliários, torna inviáveis os estacionamentos pagos, dentro do centro comercial. Os estacionamentos estão mais distantes, a cinco ou mais quadras do núcleo comercial. O desequilíbrio não parece afetar, como em outras áreas, o comércio varejista.

A região é uma área imobiliária de múltiplo uso, em tese, a desejada pelos urbanistas. Contudo, na prática não é. Tem uma vitalidade própria, mas que não consegue ir além do que é. E a eventual modernização poderia ser um desastre. Razão pela qual os comerciantes da região se opõem.

Outra região de resistência à decadência continuada é a da Liberdade, que conseguiu conter o esvaziamento residencial e de escritórios com o comércio oriental. Base de imigrantes japoneses, que se instalaram lá para morar e criaram um mercado próprio de restaurantes e comércio, para o seu próprio consumo. Posteriormente chegaram os coreanos e chineses, da época pré-prosperidade desses países, e sujeitos a regimes ditatoriais.

A moda da comida japonesa promoveu a revitalização de segmentos da região, com a convivência de tradicionais restaurantes japoneses com modernos restaurantes e botecos, com grande atração de público.

Não é mais uma área decadente, mas também resiste à modernização.

Sem terrenos vagos, os estacionamentos-garagens estão em prédios mais novos, distantes do polo comercial.

Tanto a região da 25 de Março quanto a da Liberdade são servidas pelo Metrô, mas com diferenças: a estação da Liberdade cria o polo central da região. A estação que atende a 25 de Março é fora do polo e tem um acidente geográfico: a Ladeira Porto Geral.

A grande semelhança entre as regiões é a escassez de estacionamentos.

*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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