Parking News

Os custos da automação nos estacionamentos


garagemrobofloripa-572Por Jorge Hori*

Os estacionamentos pagos tendem a ampliar a automação, incorporando os avanços tecnológicos. Ingresso e saída automatizados dos carros já estão amplamente adotados, mas ainda dependem de algum apoio humano, pela falta de qualidade e confiabilidade de alguns sistemas.

Um problema adicional é de alguns tags, que não funcionam e geram congestionamentos na entrada. Sem a presença de um funcionário, bem treinado, para liberar o ingresso, o estacionamento acabará perdendo clientes.

O avanço vem se dando na cobrança, com máquinas automatizadas de cobrança, aceitando cartões. Gera uma dificuldade nos descontos das seguradoras e de outros patrocinadores, mas é problema resolvível, sem maiores custos.

Para uma automação total, o problema está na busca da vaga e presença do manobrista.

No futuro haverá carros automatizados, sem a presença do motorista. Nesse caso a automação embarcada buscará - de forma inteligente, baseada na internet das coisas - uma vaga, sem precisar ficar rodando em busca de uma, com todas as idiossincrasias do motorista.

Enquanto não chega o carro sem motorista, há duas opções: a condução automatizada a partir de um box de entrega e a substituição do manobrista humano por um robô.

Em garagens verticalizadas, a entrega poderá ser num piso de elevador. Em garagens horizontais, o carro deverá ser levado por esteiras rolantes e colocado numa vaga, também de forma automatizada.

No primeiro caso, a automação pode ser condição essencial da configuração do estacionamento. No segundo caso não. E na comparação entre o manobrista humano e um sistema automatizado de esteiras, dentro das concepções tecnológicas existentes, o custo-benefício não se justificará. Novas soluções tecnológicas poderão vir a baratear a solução.

A preocupação quanto à automação tem a ver com os custos, principalmente dos custos com os empregados, que além dos valores diretos implicam custos indiretos de gestão e de negociações. Esses sempre muito desgastantes.

Mas a questão econômica mais importante é o impacto dessa automação para os usuários.

Se a automação ampla reduzir os custos e for repassada ao usuário, na forma de redução dos preços, certamente impactará em maior demanda. Mas para os que reduzirem primeiro. Se a redução for generalizada, esse efeito se diluirá ou até se anulará. O resultado econômico poderá ser negativo para as empresas individualmente.

Estacionamento não é demanda primária. A demanda é do destino do motorista. Por exemplo, no caso de estacionamentos de aeroportos, a demanda é gerada pelas pessoas que vão viajar, levar ou buscar passageiros. O estacionamento tem - praticamente - o monopólio de prestação do serviço e, mesmo com a automação, pode manter as tarifas.

Já nos estacionamentos em polos comerciais, com diversidade de estacionamentos, o fator preço pode ser relevante para a conquista do usuário que se dirige ao polo. Será uma "guerra de preços" entre os estacionamentos locais, com tendência à soma zero: o adicional que um estacionamento conquista, o seu concorrente está perdendo.

Uma parte importante da demanda busca o estacionamento por motivo de comodidade. Não pelo preço. Os motoristas querem entregar o carro a um manobrista e recebê-lo trazido por um manobrista. Não querem se dar ao trabalho de procurar uma vaga. Uma automação total, sem a presença humana, elimina um fator diferencial que é marca dos serviços de estacionamento pago.

Ao contrário, com uma automação ampla, a presença humana será um diferencial para a atração de usuários, dispostos a pagar mais caro e gerar maior rentabilidade.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


Outras matérias da edição

Parada gratuita em shoppings

Circula na internet a informação de que uma lei garante a gratuidade de estacionamento em shoppings do Estado de São Paulo. O benefício, segundo a mensagem divulgada, é voltado para os clientes que co (...)

Zona Azul volta ao Centro (Sorocaba)

A Zona Azul, o Estacionamento Rotativo Regulamentado no Centro de Sorocaba, voltou a funcionar efetivamente ontem (20). Para divulgar e orientar os sorocabanos sobre as novas regras do estacionamento (...)

Tatuí cria vagas de curta duração no Centro

Começaram dia 13, em fase educativa, as vagas de estacionamento de curta duração na região central de Tatuí. O Departamento Municipal de Mobilidade Urbana implantou 30 vagas, sem custo, em que o veícu (...)

Mais dois bairros vão ter rotativo até julho (ES)

Vitória vai contar com mais 2.500 vagas de estacionamento em sistema rotativo até julho. O sistema passará a funcionar em mais dois bairros, Bento Ferreira e Praia do Suá, além de ser ampliado em outr (...)

Governo privatiza estacionamento (MG)

Já está em fase final o processo de licitação para conceder à iniciativa privada a exploração do estacionamento da Cidade Administrativa, localizada no Bairro Serra Verde. A concessão anterior termino (...)

Belém não tem espaço para estacionar

Cresce o número de automóveis, mas não o de garagens e menos ainda de estacionamentos públicos na capital. Por conta da ausência de locais para estacionar os veículos, muitos condutores acabam, todos (...)


Seja um associado Sindepark