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Os candidatos e as propostas para a mobilidade urbana

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Por Jorge Hori* - Os programas oficiais dos candidatos pouco cuidam das questões urbanas e, em particular, da mobilidade urbana, com exceção do programa do PT. Isso decorreria do fato de que o programa foi elaborado pelo ex-prefeito Fernando Haddad, agora candidato à Presidência pelo PT. Mais afeito às questões urbanas, o programa tem um capítulo específico, mas com generalidades, indicando a pretensão de integrar as políticas de mobilidade com as demais políticas urbanas.

Todos os demais programas prometem uma enormidade de investimentos em infraestrutura, incluindo a urbana, mas sem definir as fontes de recursos. São promessas irrealizáveis.

Não se posicionam em relação às restrições (ou não) ao uso do modo motorizado individual, ou, em termos correntes, às restrições ou não ao uso do automóvel.

Não se preveem incentivos ao modo individual não motorizado, isto é, à bicicleta e outras alternativas.

A oposição ao motorizado por alguns segmentos da sociedade não é contra o motor, mas ao motor movido por combustíveis fósseis, que seriam causadores da poluição. Aceitam os motores elétricos, inclusive o patinete elétrico, na suposição de que esses não geram poluição.

Mais uma vez ocorre a miopia do "até onde a vista alcança". As comparações são feitas pelas emissões de gases de efeito estufa dos motores que movimentam os veículos. Mas não consideram as emissões das fontes de energia. A geração de energia elétrica, no Brasil, é, sem dúvida, menos poluente que a produção de combustíveis, mas também é poluidora porque uma parte, cada vez maior, da geração decorre de combustíveis fósseis. E a geração hídrica está contida pelos movimentos ambientalistas.

Há uma disputa entre duas forças econômicas: as defensoras do motor elétrico e outra do motor movido pelo etanol, seja puro ou alternativo com a gasolina. Isto é, o hidratado ou anidro.

O carro com motor elétrico é um escape para a continuidade de crescimento da frota de automóveis. O que leva à defesa do seu uso, por ser menos poluente, mas não se desincentiva o uso do carro.

Esse ocorre indiretamente pelo encarecimento da fonte de energia. O combustível mais caro, vale dizer, a gasolina mais cara, desincentiva o uso do carro próprio. O investimento mais elevado para aquisição do carro elétrico também desincentiva a sua compra. Mas tanto um quanto o outro podem ser substituídos pela compra do serviço em vez da condução do carro próprio.

A frota deverá continuar aumentando, com maior participação dos carros compartilhados. O que resulta na menor necessidade de estacionamentos.

No entanto, deve-se considerar a proximidade das condições de saturação do carro compartilhado, o que, por sua vez, depende da geração de empregos. Os sistemas do tipo Uber são uma opção à falta de empregos.

A demanda futura de estacionamentos está mais vinculada à evolução dos empregos do que às políticas urbanas.

A melhoria do mercado de trabalho resultará na maior utilização do carro particular e maior necessidade de estacionamentos.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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