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O que pode adiar a reabertura da economia

 

Por Jorge Hori* - Quando será reaberta a economia? Não adianta ficar fazendo essa pergunta aos economistas, porque eles só têm desejos e palpites.
A reabertura da economia não depende de nenhuma medida de ordem ou natureza econômica. Somente de ordem sanitária.
Essas medidas causam danos colaterais, maiores ou menores, em função da disseminação do vírus e do tempo de vigência das restrições, que dependem do controle (ou não) dessa disseminação.
Os países que tentaram desprezar as medidas sanitárias para evitar a paralisação da economia tiveram consequências desastrosas, tanto sanitárias quanto econômicas.
O papel da área econômica é mitigar os danos e preparar para o funcionamento das atividades quando as restrições sanitárias forem levantadas.
O processo de contaminação é local, com evolução interna, mas é levado a outras localidades, repetindo um processo endógeno. Em função desse processo de disseminação as autoridades tendem a estabelecer restrições generalizadas.
Com um maior volume de informações e maior conhecimento sobre a dinâmica do vírus e da doença há a tendência de uma política seletiva de natureza territorial na qual a unidade é o Município, em função do poder de polícia municipal.  É o Município que tem o principal poder de autorizar, restringir ou proibir o funcionamento de atividades econômicas. Pode estabelecer por distrito ou outras unidades locais, a partir da Lei de Zoneamento.
O Governo Federal tem pouca ingerência direta e decisões do Supremo Tribunal Federal garantiram a autonomia dos Estados e Municípios. Pode definir diretrizes e orientações que podem ser seguidas ou não. O Executivo Federal tende a usar o seu poder econômico para impor medidas aos Estados e Municípios, mas nem sempre tem o respaldo do Legislativo.
As políticas e medidas estaduais tendem a estabelecer diferenciações municipais para efeito de liberação das restrições. Em entendimento com as Prefeituras.
Os municípios com menor volume e densidade populacional serão liberados primeiro, desde que não apresentem nenhum caso de contaminação. Ou mortes segundo a sua residência, pois em função da regionalização do sistema os óbitos ocorrem nos polos regionais.
As capitais e grandes aglomerações deverão ficar para o final e o Município de São Paulo, dentro dessa lógica, será o último a levantar as restrições para todo o Município, embora a contaminação ocorra com dinâmicas diferenciadas por distritos ou bairros.
Daí a importância de os empresários, interessados na liberação o quanto antes das medidas restritivas do distanciamento social, manterem-se em casa e se envolverem mais amplamente em movimentos educacionais nos bairros onde há maior relaxamento da população em relação ao distanciamento.
Porque, enquanto a velocidade de contaminação for alta e os índices de isolamento forem baixos, as autoridades não irão relaxar as restrições, atrasando a reabertura da economia.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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