Parking News


Um Peugeot marcou um dos tristes recordes automotivos: foi o primeiro carro a ser roubado na história. A ocorrência foi em junho de 1896, em Paris, França. Semelhante ao modelo da foto, o carro pertencia ao Barão Étienne Gustave Frédéric van Zuylen van Nyevelt van de Haar (ufa!). E foi roubado na oficina da própria Peugeot por um mecânico.
Foi encontrado logo depois em Asnière-sur-seine, distrito que faz parte da Ilha de França, a mesma região de Paris. A distância atual entre o centro da capital e o distrito é de aproximados 10 quilômetros, viagem que dura menos de meia hora nos dias de hoje. Porém, a realidade era bem diferente naquela época e o mesmo percurso poderia levar quase um dia inteiro.
Para você ter uma ideia, o Peugeot Type 5 tinha 2 cv de potência e não passava dos 15 km/h. Mas o carro do barão tirava mais do seu motorzinho dois cilindros: 8 cv(!). Era uma mecânica que ainda não disponível comercialmente, mas que havia sido fornecida com antecipação para ele. O objetivo era chegar perto dos 20 km/h, uma velocidade alucinante para 1896.
O carro do barão era mais leve e feito para competições, segundo o site holandês Autosvilag, mas duvido que o ladrão tenha saído fazendo com fritada de pneus. Porém, tenho certeza que deixou um rastro de fumaça com o motorzinho V2.
O mecânico se arrependeu do crime, afinal, como passar para frente um veículo que ainda não havia se popularizado? Ainda mais sendo um modelo especial e único. Infelizmente, não encontramos o nome do mecânico.
O barão o perdoou e… o contratou! A razão? O trabalhador era um dos melhores da sua classe e compreendia a alma dos Peugeot como ninguém.
O mais curioso é que ele roubou um modelo de um homem que se tornaria um ícone do automobilismo. O Peugeot foi um dos primeiros carros do barão, conhecido também por ser o presidente do Clube do Automóvel da França, entre 1895 e 1922.
Ele ocupou o cargo entre 1895 e 1922. Bem a tempo de realizar a primeira corrida do mundo, entre Paris e Rouen. A Peugeot ocupou as duas primeiras posições da competição.
Por serem rápidos, os carros eram os preferidos do barão e de seus amigos pilotos. Daí a necessidade de ter um mecânico muito bom, embora não tão honesto.
Em 1904, o Barão Étienne Gustave Frédéric fundou a Associação Internacional de Automobilismo Reconnus (AIAR), que se tornaria a FIA em 1946 (Federação Internacional do Automóvel). O resto é história.
A esposa do Barão, Hélène de Rothschild também foi uma competidora de primeira. Foi ela a responsável pela reconstrução do castelo De Haar, o maior da Holanda, inclusive, aberto ao público até hoje.
Lá o casal tinha uma estrutura para vários carros. Incluindo talvez o primeiro posto de combustível doméstico do mundo.
Fonte: Autoesporte, 02/04/2020

Categoria: Mundo do Automóvel


Outras matérias da edição


Seja um associado Sindepark