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Novas configurações para os estacionamentos

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Por Jorge Hori*

Com o adensamento imobiliário nas grandes cidades, várias pessoas, com alguma posse, optaram em se mudar para o "campo" próximo às cidades da sua região metropolitana e continuar trabalhando na cidade.

O mercado imobiliário, acompanhando as tendências do consumidor, promoveu diversos loteamentos para abrigar essa demanda. De outra parte, as prefeituras e também o setor privado acompanharam a nova demanda oferecendo serviços de saúde e educacionais para atender às famílias que foram se instalar próximas a elas.

Esse modelo foi vítima do seu sucesso. Com o maior afluxo de pessoas indo morar a cerca de40 kmdo local de trabalho na cidade, as rodovias, no pico da manhã e também da tarde, passaram a receber volumes de automóveis superiores à capacidade, gerando enormes congestionamentos e prolongamento dos tempos de viagem.

A eventual vantagem de reduzir o stress de moradia foi anulada pelo stress de dirigir por duas horas ou mais em rodovias congestionadas. E muitos voltaram para a cidade.

Alguns passaram a ter duas moradias: a principal no Interior e um flat ou similar para o descanso noturno durante a semana.

O carro autônomo poderá reverter novamente o modelo e revitalizá-lo.

Os congestionamentos não serão reduzidos. Poderão até aumentar, o tempo de viagem poderá aumentar. Mas o executivo não precisará se preocupar e se cansar dirigindo. Entregará o carro ao motorista automático e poderá começar a trabalhar desde a saída da sua casa.

Sem necessidade de dirigir, poderá adaptar a parte interna do carro para funcionar como escritório, com computador e acesso à banda larga.

Através do próprio computador ou por uma tela maior poderá realizar reunião à distância, assim como chamar a sua secretária, para receber as informações e dar as orientações matutinas.

No final da tarde, poderá até tomar o seu drink, sem o risco de perder o controle da direção ou ser multado. E chegar de volta à casa e à família menos cansado.

Dadas as distâncias poderá não valer a pena mandar o carro de volta para casa, para retornar no final do dia. Deixará o carro no estacionamento.

Poderá ser na garagem do próprio prédio. Mas, como pode chamar o carro automaticamente, poderá deixar em estacionamento próximo, com custos menores.

Com a eventual expansão dos carros autônomos, os edifícios de escritório AAA poderão ter menos espaços para garagens.

Os carros autônomos deles poderão ficar em edifícios-garagens relativamente próximos, com maior racionalização no uso dos espaços.

Para os funcionários que não poderão ter o seu carro autônomo próprio, ficará a alternativa de usar os serviços compartilhados, com chamadas por aplicativos, assim como o maior uso do transporte público.

Os estacionamentos terão menor demanda, em função dos serviços compartilhados, mas não deixarão de tê-los. Com novas configurações.

As principais mudanças ocorrerão no mercado de "elite", afetando os polos mais desenvolvidos de escritórios e os prédios AAA. Esses não terão mais garagens subterrâneas. A menos dos edifícios de uso misto.

Voltaremos ao tema.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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