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Nova gestão municipal paulista trará  poucas inovações

 

Por Jorge Hori* - Com a realização do primeiro debate e a rodada da pesquisa IBOPE, não se vislumbram quaisquer tendências inovadoras ou formação de ondas atípicas que poderão eclodir às vésperas das eleições.
A disputa será polarizada entre duas forças políticas extramunicipais, com aparente vantagem de Bruno Covas em função da tendência de uma união antibolsonarista, no segundo turno. Esta foi confirmada no debate, com todos se opondo a Celso Russomanno. Mas Covas também tem alta rejeição, seja própria, pela medíocre gestão, só melhorada no combate à pandemia, como pela permanência de uma rejeição a Doria, pelo abandono precoce do cargo.
Outra confirmação importante é a grande perda do PT, seja pela manutenção de um forte ambiente antipetista, na cidade de São Paulo, como pela migração de eleitores petistas para o campo de Guilherme Boulos e do PSOL. A sua expansão é limitada pelo seu radicalismo e pela ocupação pelas denominações evangélicas das almas dos mais pobres. Essas dão o suporte eleitoral de Celso Russomanno, mas não é voto cativo. Em 2016, abandonaram Celso e votaram em Doria, contribuindo decisivamente para a eleição deste no primeiro turno.
As propostas dos candidatos são, na maioria, tradicionais, "mais do mesmo", atacando os mesmos problemas não resolvidos e com propostas eleitoreiras e inviáveis, ou com proposta genérica de resolvê-los, sem dizer como.
O movimento anticarro teve pouca adesão. Mudanças radicais no Plano Diretor foram levantadas apenas por Artur do Val, também sem maior repercussão. "Mamãe falei" continua sendo a única onda que ainda pode surpreender, impulsionada pela sua ampla atuação nas redes sociais. Mas o peso eleitoral desta vem perdendo força, pelas restrições impostas pela legislação.
A perspectiva atual é que, seja quem for que venha a ser o prefeito, a gestão municipal será mais do mesmo, sem grandes inovações. O novo normal será dominado pelo velho normal.
Para as atividades de estacionamento pago os maiores riscos de mudanças estariam na eleição de Guilherme Boulos e de Artur do Val, probabilidades  ainda remotas.

*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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