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Incorporadoras trocam os estacionamentos pela Uber (EUA)

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Os incorporadores de imóveis, que enfrentam a alta dos preços em áreas urbanas, estão se voltando para um novo parceiro: a gigante americana dos serviços de carona compartilhada Uber Technologies Inc. Com os imóveis cada vez mais caros nas cidades, alguns incorporadores estão reduzindo ou eliminando o espaço tradicionalmente destinado à garagem, ao mesmo tempo em que oferecem subsídios e outros incentivos aos ocupantes.

Os construtores de shoppings centers, estádios e parques temáticos estão repensando a parte externa desses empreendimentos para receber um movimento de veículos maior da Uber, testando novas ideias, como a ampliação das áreas de desembarque de forma similar à encontrada em aeroportos — algumas com recepcionistas oferecendo bebidas — e a redução do espaço de estacionamento.

As iniciativas mostram como as empresas de compartilhamento de carona estão mudando a forma como as cidades e os donos de imóveis em áreas urbanas veem o mercado imobiliário.

Elas representam outro marco da invasão da economia compartilhada no segmento. O Airbnb, empresa americana de aluguel de acomodações, já abalou o setor hoteleiro ao oferecer aos viajantes a lazer e a negócios uma plataforma prática para encontrar hospedagem.

Serviços de caronas pagas como a Uber e a Lyft Inc., junto com a promessa de carros autônomos, representam “a maior transformação individual para o mercado imobiliário” nas próximas décadas, diz Dave Bragg, analista da Green Street Advisors, uma firma de pesquisa do setor.

A Green Street estima que, nos próximos 30 anos, a necessidade de estacionamentos nos Estados Unidos cairá pela metade devido a uma esperada diminuição no número de pessoas que têm um veículo próprio. Essa redução deve eliminar a necessidade de 7 bilhões de metros quadrados para áreas de estacionamento.

Próximo ao centro de Los Angeles, os novos moradores do Eleanor Apartments, um prédio com 41 apartamentos, agora recebem um crédito mensal de US$ 100 com o Uber, em vez de vagas de garagem.

O proprietário, a investidora e incorporadora imobiliária Trion Properties, vem tendo dificuldade para encontrar soluções de estacionamento para seus inquilinos em uma cidade famosa pela dependência do automóvel.

Há alguns anos, ela tentou deixar um veículo da empresa de aluguel de carros Zipcar em frente ao prédio, o que permitiria que os moradores alugassem e devolvessem o carro no mesmo local. Mas já havia um ponto da Zipcar nas proximidades e nem a cidade nem a Zipcar queriam dois locais tão perto um do outro.

Depois, a Trion alugou dez vagas de estacionamento, num prédio comercial próximo, para inquilinos que tinham carro e disponibilizou três bicicletas com aparelhos de monitoramento por GPS aos moradores. Mas o prédio comercial cancelou as vagas, diz Max Sharkansky, um dos fundadores da Trion.

Recentemente, o prédio adotou uma solução mais simples: oferecer dinheiro para ser usado em corridas da Uber ou Lyft. Taylor Fisher, de 33 anos, que se mudou para o Eleanor Apartments em março, diz que, com o benefício de US$100, aausência de uma vaga na garagem não foi algo problemático para ele.

Os proprietários de shoppings também estão adotando os serviços de compartilhamento de caronas. O shopping de luxo Grove, de Los Angeles, passou a oferecer garrafas de água, chocolate quente e sidra para os clientes que chegam de Uber ao ponto de desembarque do empreendimento. “Nós fizemos muita coisa com a Uber para facilitar os desembarques”, diz Jackie Levy, diretor de operações da Caruso Affliated, a incorporadora que é dona do empreendimento, ressaltando que novos projetos vão levar em consideração mais espaço para serviços como esse.

Tais parcerias ajudarão os passageiros a poupar o tempo que passariam procurando por vagas no estacionamento, disse um representante da Uber.

Alguns construtores estão excluindo estacionamentos de novos projetos. Em agosto, o escritório de arquitetura e construção Jonathan Segal FAIA, da Califórnia, lançou o projeto de um prédio de oito andares e 35 apartamentos em San Diego que não tinha estacionamento. A medida ajudou a manter os custos baixos para os moradores, afirma a empresa. O edifício também oferecerá espaço para guardar bicicletas em cada andar e também no térreo. Os inquilinos poderão alugar uma vaga de garagem nas proximidades por entre US$150 aUS$ 250 por mês.

No longo prazo, os carros autônomos poderão tornar ainda mais fácil a eliminação do estacionamento nos prédios.

A Green Street estima que a adoção em massa comece por volta de 2030 e seja concluída 15 anos depois. A Uber já indica que toda sua frota será autônoma até 2030. “Os donos de dois veículos que moram em áreas urbanas devem ser os que acharão mais sentido econômico nos serviços de carona sem motorista do que ter um carro próprio”, afirma a Green Street.

Mas alguns grandes investidores não estão completamente convencidos disso.

“Quando eu estava no colégio, nos anos50, aestimativa era que nos anos 90 estaríamos indo para o trabalho em nossos helicópteros particulares”, disse o investidor imobiliário Sam Zell durante uma conferência realizada em setembro. “Acredito que o foco nos carros sem motorista e todas essas coisas acabarão acontecendo, de certa forma. Mas acho que qualquer um que faça apostas em mudanças tecnológicas cinéticas em ativos privados vai se decepcionar.”

De fato, a escassez de estacionamentos continua atraindo investidores para o setor. As vendas de carros seguem fortes e a ocupação de vagas em estacionamentos está em níveis recorde, diz Steven Yari, diretor a Stockdale Capital Partners. A firma americana de investimentos imobiliários se uniu à operadora de estacionamentos Ace Parking Management, também dos EUA, para comprar e administrar estacionamentos no sudoeste do país. Eles pretendem adquirir US$ 200 milhões em ativos nos próximos anos e obter um retorno próximo de 20%.

Fonte: Wall Street Journal, 24 de Novembro de 2016

Categoria: Geral


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