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Estratégia para setor sobreviver é negociar aluguéis e outras obrigações

 

Por Jorge Hori* - Não há ainda vacina para evitar o COVID-19. Sendo transmitido entre pessoas, a única prevenção possível para evitar ou minimizar a contaminação é o isolamento das pessoas, evitar o convívio pessoal, isto é, não sair de casa.
Essa modalidade de prevenção tem um efeito colateral gravíssimo: paralisa a economia.
Uma parte das pessoas e muitos empresários são contra as medidas restritivas, para não terem que paralisar as suas atividades, na esperança de manter a clientela e a receita, para fazer frente às suas despesas.
A alternativa é uma escolha terrível: poucos mortos, a maioria idosos, ou muitos mortos, de todas as idades.
A posição contra restrições mais radicais conta com o suporte do Presidente da República, que não quer a redução da atividade econômica. Porque, na visão dele, é o que dá sustentação à sua popularidade.
Com isso, o Brasil enfrenta uma situação semelhante à Itália, em que governos central, regionais e locais entraram em disputa, entre a opção de parar a economia, mantendo todos em casa, ou adotar medidas menos radicais. O resultado é que os casos cresceram exponencialmente e o país, como um todo, foi obrigado a adotar medidas radicais. Que aparentemente têm sido ineficazes.
Outros países tomaram medidas radicais de isolamento social e paralisação de atividades econômicas e conseguiram evitar a explosão de casos.
Os estacionamentos, na cidade de São Paulo, vão ter que fechar, mesmo que tenham permissão de funcionar. Irão fechar por falta de clientes.
Como os estacionamentos são atividades derivadas, decorrendo da procura de pessoas, com carros, a um destino para atender necessidades de trabalho, educação, viagens, compras, saúde e outros, a redução da demanda a esses irá se refletir na demanda de estacionamentos.
Com a quarentena instituída pelo Governo do Estado, algumas dessas atividades deixarão de gerar demanda para os estacionamentos. Duas são as principais exceções. Compra de alimentos e remédios, cujos estabelecimentos seguirão abertos. Os internos aos shopping centers tenderão a fechar, mesmo que autorizados, porque os shoppings irão fechar e sem acesso aos estacionamentos. Haverá exceções, mas poucas. As resistências estão sendo reprimidas por ações policiais.
Os de rua terão maior procura, mas os consumidores tenderão a buscar as vagas nas vias públicas. Com as restrições às demais atividades, sobrarão vagas.
O mesmo tenderá a ocorrer com os postos de saúde e hospitais. A demanda a esses irão aumentar e as pessoas que acorrerão aos mesmos precisarão de local para estacionar os carros.
Os poucos estacionamentos privados que continuarão funcionando serão no sistema self-parking.
O que já era precaução, passa ser preocupação e medo dos manobristas, após a informação da morte de um desses profissionais, contaminado pelo COVID-19.
Durante os próximos dois meses, as empresas terão que fechar os seus estabelecimentos, negociar as suas dívidas e despesas, principalmente os aluguéis, dispensar transitoriamente os seus funcionários, negociando os pagamentos, preparar para a retomada.
Se forem tomadas medidas radicais, que compreendem a paralisação das atividades urbanas, com poucas exceções e essas forem eficazes no "achatamento da curva", a cidade poderá voltar a funcionar ainda na segunda quinzena de abril. Caso isso não aconteça as restrições às atividades econômicas seguirão até junho, numa hipótese favorável (ou otimista) e ir até setembro, numa hipótese menos positiva.
A melhor estratégia empresarial, nas circunstâncias atuais, é interromper as atividades operacionais e se preparar para a retomada.
Retomada haverá sempre. Pelo menos é o que mostra a história da humanidade. As incertezas são: quando irão ocorrer, quem sobreviverá, a velocidade da retomada, assim como a sua intensidade.

*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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