Parking News

A frota de carros - só carros - no Grande ABC cresce em média de 4.000 por mês, conforme dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), e colabora para o aumento do caos viário. O motorista, que sofre diariamente com congestionamentos, tem dores de cabeça ainda maiores quando precisa ir às áreas: encontrar vaga para estacionar é um martírio. As opções são as chamadas vagas rotativas nas ruas, pelas quais se paga, mas não se tem segurança, e os estacionamentos particulares que proliferam em todas as cidades - são 1.246 em quatro municípios (Mauá, Diadema e Rio Grande da Serra não informaram) -, nos quais os preços são extorsivos porque não existe tabelamento por parte das administrações públicas.
A equipe do Diário visitou vários desses estabelecimentos, ouviu reclamações de todos os usuários e constatou que a média cobrada é de R$ 5,00. Em locais próximos a bares ou casas de shows, o valor chega perto dos R$ 20 no período noturno.
Quando o estabelecimento é perto de locais de grande circulação, o preço é alto. No Centro de São Caetano, próximo a lojas e prédios comerciais, uma das garagens cobra R$ 8 pela primeira hora. Mesmo com o preço abusivo, usuários assumem que a proximidade é o principal critério para escolha do local para estacionar, ainda que seja mais caro.
Apesar de os estacionamentos privados serem considerados mais seguros, é comum ouvir relatos de motoristas que tiveram problemas com o serviço. "Eles não cuidam direito do carro, principalmente quando tem manobrista. Eu já tive o meu carro amassado e arranhado em um estacionamento", reclama a costureira Edneia Ramalho.
Para usuários, estabelecimentos deveriam fracionar tempo
Motoristas que utilizam estacionamentos privados se queixam da intolerância na cobrança pelo período utilizado. Se o usuário deixar o carro parado por 15 minutos, por exemplo, pagará pela tarifa mínima, que geralmente é de 30 minutos ou uma hora. "Deveriam fracionar o tempo. Eu trabalho na rua, então tenho de ir a muitos lugares durante o dia. Fico pouco tempo em cada um, mas tenho de pagar caro porque não há divisão", critica o representante comercial Carlos Marcusso.
Nas áreas centrais das cidades do Grande ABC, a equipe do Diário localizou apenas um estabelecimento que divide o tempo para montar a tabela de preços para os clientes. No entanto, a tarifa mínima cobrada é de meia hora, que sai por R$ 3. A partir daí, é cobrado R$ 3,50 por 40 minutos, R$ 4 por 50 minutos e R$ 5 por uma hora.
Rotativo garante verba para as Prefeituras
As Prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano arrecadam, mensalmente, R$ 637 mil com o serviço de estacionamento rotativo. Juntas, as três cidades oferecem 8.227 vagas de Zona Azul. O Paço que mais recolhe é São Bernardo - R$ 570 mil -, mas, diferentemente de Santo André e de São Caetano, que terceirizaram o serviço, é a própria administração quem toma conta das vagas, assumindo também os custos.
Em São Bernardo, a hora custa R$ 2. Se o motorista extrapolar o limite e não regularizar a situação do veículo, recebe aviso de multa, após 10 minutos, e pode pagar R$ 20 para escapar da infração.
A Prefeitura de Santo André informou que a Zona Azul é gerida por um consórcio, que repassa R$ 35 mil por mês aos cofres públicos. A tarifa é fracionada e vai de R$ 0,60, para 30 minutos de estacionamento, até R$ 2,40, que permite parar por duas horas. A taxa de tolerância para os que passam do tempo determinado custa R$ 8 e pode ser paga em qualquer um dos 129 parquímetros eletrônicos ou nas Centrais de Atendimento ao Usuário.
Em São Caetano, o motorista paga R$ 1,50 a hora, ou R$ 2 por duas horas. Não há no município taxa que isenta cobrança de multa.
As três prefeituras, Santo André (2.494 vagas), São Bernardo (3.000) e São Caetano (2.733), informaram que pretendem ampliar o número de vagas públicas.
Vagas são dispostas para racionalizar o uso do espaço
O princípio do sistema de estacionamento rotativo é racionalizar a oferta de vagas nas cidades. "Mas as pessoas, de maneira geral, não gostam de pagar pelo estacionamento, nem da restrição de tempo, porém é preciso entender que o volume de veículos é muito grande e não há espaço para todos", afirmou o presidente da Associação Nacional de Infraestrutura de Transportes, João Vírgilio Merighi. Os motoristas ouvidos pelo Diário contaram que preferem tentar primeiro parar no rotativo por causa do valor.
Fonte: Diário do Grande ABC (SP), 15 de agosto de 2011

Categoria: Mercado


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