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Estacionamentos serão reflexo da retomada econômica

 

Por Jorge Hori* - Próximo a uma situação de controle da pandemia do novo coronavírus, o SARS-CoV2, com a redução dos níveis de contaminação e capacidade de atendimento pela rede de saúde, a economia deverá voltar a funcionar: com a retomada do mesmo normal, ou dentro de um novo normal.
Não será o mesmo normal, porque a pandemia acelerou mudanças que estavam em curso, principalmente o "home-office". Novas práticas de funcionamento de bares, restaurantes, cinemas, lojas, shopping centers serão permanentes. As indústrias, assim como estabelecimento de serviços, terão que adotar medidas preventivas mais rígidas.
Mas tudo dentro do mesmo modelo de negócio do Brasil, o que projeta uma evolução da economia baixa, com pequenas variações em torno da estagnação, ou seja, crescimento zero.
A principal mudança trazida ou promovida pela crise foi a "descoberta" da pobreza pela sociedade organizada e pelas autoridades econômicas como um fato real e não apenas estatístico, caracterizado como "informal".
Seriam mais de 70 milhões de brasileiros na informalidade, cerca de 1/3 da população brasileira e mais de metade da população economicamente ativa.
Estariam fora do mercado e a sua inserção no mercado, através de renda transferida pelo Estado, ampliada pelo multiplicador de renda, poderia gerar um PIB adicional, promovendo uma revitalização do falido modelo econômico brasileiro.
As tentativas infrutíferas de Paulo Guedes de revitalizar a economia, mediante os padrões liberais, substituindo o papel promotor do Estado, tem sido sucessivamente anuladas pelas questões ambientais e outras.
Os investidores nacionais e estrangeiros só querem investir no Brasil em aplicações especulativas, de curto prazo, na Bolsa de Valores. Ainda não recuperaram a confiança em relação ao médio e longo prazos.
Não obstante, o setor de serviços deverá se recuperar. Apesar do home office, muitos escritórios voltarão a funcionar presencialmente. Os estacionamentos serão um reflexo dessa recuperação. Ainda que instável.
Situação melhor que a de alguns setores irrecuperáveis ou de recuperação ainda mais lenta, que implicarão reflexos sobre a demanda de estacionamentos. Por exemplo, as festas de casamentos demorarão ainda mais para a recuperação, com drástica redução dos eventos presenciais e impacto sobre os estacionamentos. Grandes shows têm sido transferidos para 2021.
As viagens aéreas internacionais ainda demorarão para uma retomada. Já as viagens nacionais poderão se recuperar em menos tempo. Feiras e exposições presenciais também demorarão para iniciar a retomada. Hospitais e serviços médicos não tiveram queda e tenderão a ampliar a curto prazo.
Dadas as diferenças de perspectivas, as redes de estacionamentos terão que rever o perfil, concentrando-se nos estabelecimentos com melhores perspectivas e reduzindo ou desativando aqueles com perspectivas menos promissoras. Porém levando em conta que a realidade nem sempre segue a teoria. O fundamental é acompanhar o movimento real e saber interpretar adequadamente as razões dos movimentos.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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