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Estacionamentos de shoppings são alternativa para eventos


O avanço da pandemia de coronavírus no Brasil levou ao fechamento de 96% de shoppings no país. Desde então, os estacionamentos dos centros comerciais, completamente vazios, surgiram como uma alternativa para prestação de serviços, eventos de entretenimento e até encontros religiosos. Produtoras de eventos e empresas de todas as regiões do Brasil já se mobilizam nas negociações com shoppings para promover as ações respeitando as recomendações de distanciamento social estabelecida pelas autoridades de saúde.
Três das principais administradoras de shoppings no Brasil confirmaram à ÉPOCA que a demanda pelo uso de estacionamentos para eventos disparou nas últimas semanas. Apesar de já considerarem o espaço como uma extensão da área útil dos centros comerciais para realização esporádica de eventos nesses espaços, agora durante a pandemia se oficializam como um novo modelo de negócio.
"A procura inicial girava em torno de preocupações em relação à pandemia, entender como atrair eventos. A demanda começou a aumentar nas últimas semanas com sinalizações de aberturas graduais: 20 dos 29 shoppings que administramos já foram procurados para eventos de cinema drive-in e já estamos em negociação com prefeituras para entender limitações e respeitar as recomendações de cada cidade e autoridade", afirmou Fabio Neto, diretor de marketing da BR Malls.
Além da programação de eventos maiores, os estacionamentos já ganharam novas funções durante a pandemia. Existem shoppings que recebem ações de vacinação, testagem para Covid-19 e recebimento de doações. Além disso, para apoiar os lojistas que não podem receber consumidores presencialmente, as administradoras estão criando estruturas de drive-thru nas garagens, em que se pode pegar produtos com mais agilidade e menos contato físico.
"Sem dúvida já era uma linha importante da nossa receita e acho que vai gerar ainda mais oportunidade daqui pra frente. São áreas abertas, espaços muito grandes, que têm condições de receber iniciativas garantindo a segurança e distanciamento nesse momento de pandemia. O nosso ponto número um agora é entender como os produtores vão garantir a segurança de quem estiver presente, não vamos fazer algo interessante comercialmente mas sem segurança", disse Diego Marcondes, Head de Marketing da Ancar Ivanhoe.
A empresa controla 24 shoppings em todas as regiões do Brasil, e afirmou já ter mais de 20 contratos fechados para eventos desse tipo pelo país. Segundo Marcondes, o shopping deixou de ser um centro comercial e se apresenta, mais do que nunca, como uma plataforma de entretenimento para o consumidor, justificando a promoção de eventos do tipo.
A produtora de eventos Dream Factory é uma das que já está em processo de negociação de espaços para a realização de eventos de entretenimento. Apesar disso, as ações só devem entrar em funcionamento em julho, quando a empresa espera que as cidades iniciem o afrouxamento do distanciamento social.
"A ideia é levarmos para os estacionamentos de shoppings ou outros espaços que tenham cerca de 10 mil metros quadrados o Dream Park, um drive-in com lançamento de filmes, teatro, apresentações de DJs, palestras e programação para as crianças. As compras dos ingressos e dos comes e bebes serão realizadas através de um aplicativo. Já o áudio do telão será por meio de frequência de rádio dos próprios veículos", explicou Claudio Romano, CEO da empresa.
O espaço deve acontecer em oito capitais do Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre e Brasília. Pensando na segurança, cada carro receberá um saco de lixo e álcool em gel ao entrar no evento e haverá o distanciamento de mais de um metro entre um carro e outro. O único contato dos clientes será com outras pessoas será na entrega de pedidos aos veículos.
As negociações para realização desses eventos já acontecem, mas parece ser consenso que as decisões tomadas precisam ser regionalizadas, de acordo com a situação de cada cidade e decretos municipais ou estaduais estabelecidos. Com a alta procura, Vander Giordano, vice-presidente institucional da Multiplan, que administra 19 shoppings pelo Brasil, declarou que está em contato constante com o poder público para entender a viabilidade desses projetos.
"Entendemos que, seguindo protocolos de segurança, a realização de outras ações nos estacionamentos, como o cinema drive-in, poderia nos ajudar a oferecer à sociedade alternativas de cultura e entretenimento neste momento. Esses são pilares importantes dos empreendimentos da Multiplan, junto com comércio, serviços e lazer. Mas é fundamental reforçar que nossa prioridade nesse momento é preservar a saúde de todos", afirmou.
Em quatro unidades (duas no Rio Grande do Sul, uma no Paraná e uma em Brasília), a empresa já foi autorizada a retomar as operações com restrições de capacidade. Para isso, a Multiplan elaborou um protocolo, com ajuda de médicos infectologistas, que inclui a suspensão de eventos na área fechada do shopping e cuidados adicionais nos eventos externos. "O shopping é um ambiente controlado, onde temos condições de fazer uma reabertura gradual e segura, que contribua com a retomada da economia", disse Giordano.
Fonte: Época, 27/05/2020

Categoria: Geral


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