Parking News

Estacionamentos da capital têm queda de 30% na procura (SP)

garagemdepredio-301 

O setor de estacionamentos também tem sentido os efeitos da retração econômica. Reflexo disso é a redução de 30% na procura pela solução na capital paulista. Estabelecimentos de regiões como a Paulista, por exemplo, que preenchiam as vagas com facilidade, hoje operam com muitos espaços vazios. Segundo a Abrapark, a grande oferta de imóveis e a atual condição econômica do país ocasionaram maior vacância nos edifícios comerciais e excesso de oferta de vagas. Como consequência, houve redução no número de usuários de estacionamentos nas modalidades rotativa e mensal.

O presidente do Sindepark, Marcelo Gait, apontou que as regiões de diversos usos (comerciais, residenciais e de serviços) como a Paulista, Berrini e Faria Lima, estão sentindo essa redução na modalidade mensal porque muitas empresas demitiram funcionários, lojas fecharam e consultórios e escritórios mudaram para outras localidades em busca de aluguéis mais baratos. Na modalidade rotativa, a queda foi sentida porque, segundo Gait, "os estacionamentos são uma demanda secundária. As pessoas utilizam o serviço porque vão a um shopping, uma loja, a um consultório, etc. Com a queda na renda, essas viagens ficam menos constantes. Além disso, surgiram aplicativos de carona e táxis, corredores de ônibus e ciclofaixas, que se tornaram opções baratas e eficientes". Para Gait, a melhora na mobilidade diminuiu a circulação de carros na cidade, em especial nos centros comerciais da capital paulista onde há maior infraestrutura do transporte público. Outro fator comentado pelo presidente do Sindepark foi que "com táxis mais baratos e aplicativos de carona, muitas pessoas utilizam esses serviços em deslocamentos menores, por exemplo, para sair do escritório e ir para uma reunião em outra empresa. Assim, o carro permanece na mesma garagem o dia inteiro". O Sindepark e a Abrapark acreditam que a perda só será revertida com a recuperação gradual da economia. Embora possa haver uma melhora, o presidente do Sindepark afirma que o setor continuará sentindo retração, uma vez que os usuários do serviço agora possuem uma imensa gama de possibilidades de se locomover na cidade.

Queda dos preços

Para sobreviver e concorrer com os mais de 5.346, contando apenas os regulamentados e associados ao Sindepark e Abrapark, os estacionamentos reduziram os preços. De acordo com o estudo conduzido pela INRIX, líder em serviços para veículos conectados e análise de deslocamentos, com apoio da Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark), o preço para estacionar na Avenida Paulista está 10,22% mais baixo em relação aos valores de 2014.

A queda é ainda maior quando se leva em consideração o valor médio cobrado por diária, 21,43% menor. Essa análise já contabiliza a inflação acumulada no período. Considerando a inflação, 77,27% dos estacionamentos da região reduziram os preços no período de2014 a2016. Em média, com correção de valor pelo índice, o condutor desembolsava R$ 16,76 para estacionar o carro na primeira hora, R$ 6,68 na segunda hora e R$ 51,40 por uma diária (período de 12 horas). Atualmente esses valores estão em média, respectivamente, em: R$ 15,23; R$ 5,81 e R$ 40,39. A pesquisa contou com informações de 44 dos cerca de 150 estacionamentos da região. O preço médio tem relação com o tempo de estacionamento, que de acordo com um estudo baseado em informações fornecidas pelos operadores de estacionamento brasileiros é de 1 hora e 19 minutos.

Diante disto, o motorista desembolsa R$ 21,04 para deixar o veículo na Avenida Paulista e adjacências. Embora alguns condutores não tenham sentido a queda nos preços, as entidades (Sindepark e Abrapark) creditam a percepção dos usuários à crise, que atingiu a todos. Além disso, os mensalistas foram os que mais sentiram a redução do valor.

Demanda do setor

Embora as empresas de estacionamentos estejam sentindo os reflexos das mudanças na mobilidade e na economia, também estão atentas a um novo nicho, o de bicicletas. Segundo Gait, os estacionamentos estão começando a oferecer espaços para bicicletas, uma demanda que deve seguir aumentando. Gait apontou ainda que a categoria, responsável por 18 mil empregos diretos, só será beneficiada quando for pensada como parte integrante da cidade.

Uma antiga demanda do segmento é a construção de bolsões de estacionamento perto de estações terminais de trem e de metrô com integração com o transporte público. "Os estacionamentos podem contribuir amplamente com a mobilidade urbana se isso se tornar uma realidade", diz o presidente. Enquanto a questão não entra em discussão na política da cidade, a estratégia das empresas é abaixar a tabela de preços, principalmente para os usuários mensalistas, que garantem a receita mensal de boa parte dos estabelecimentos.

Fonte: DCI - 01/09/2016

Categoria: Fique por Dentro


Outras matérias da edição

Perspectivas econômicas do setor para 2017

Por Jorge Hori* A economia brasileira deve retomar lentamente um processo continuado ascendente de crescimento revertendo o processo descendente em que ingressou a partir do segundo semestre de (...)

Vaga inteligente é novidade em Rio Claro (SP)

O novo serviço da Estapar está disponível para sistemas iOS e Android. Quem já possuía a versão anterior de 2014, que foi descontinuada, deverá baixar o novo aplicativo diretamente na área de configur (...)

Frenagem automática avança na Europa

Está avançando rapidamente na Europa o número de carros novos equipados com sistema de frenagem automática de emergência (AEB, na sigla em inglês), que detecta obstáculos e pedestres à frente (...)


Seja um associado Sindepark