Parking News

Segundo o Plano Diretor de Transporte Urbano, entre 2003 e 2012, o uso de carro aumentou de 25,8% para 28,5% no Rio e agora a Região Metropolitana tem 3 horários de rush. Funcionária da prefeitura de Duque de Caxias, Vanessa Arduina, de 34 anos, mora no Catete e todos os dias perde pelo menos 90 minutos no trajeto de casa para o trabalho. Mesmo enfrentando o risco de pegar um enorme congestionamento, ela continua apostando no carro, diante da ineficiência e da falta de pontualidade do transporte público. Ainda longe dos preceitos sustentáveis, a dinâmica dos deslocamentos da Região Metropolitana do Rio continua bastante focada no transporte individual, em detrimento do coletivo.
É o que mostram dados recentes do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU), apresentados ontem (15) pela Secretaria estadual de Transportes. Em 2003, o transporte individual era utilizado por 25,8% da população diariamente. Em 2012, 28,5% passaram a fazer uso dessa alternativa. Por outro lado, 74,2% usavam o transporte coletivo em 2003, fatia que encolheu para 71,5% em 2012. Isso significa que o número de viagens de carro, táxi e motocicleta aumentou cerca de 3 pontos percentuais no período mesmo índice de revés nas viagens de trem, metrô, ônibus e barcas. Em números absolutos, porém, todos os modais ganharam passageiros, algo esperado em função do crescimento da cidade: as viagens em coletivos subiram em 1,8 milhão por dia, totalizando 11 milhões. Enquanto isso, as viagens em transporte individual aumentaram 1,1 milhão por dia, chegando a 4,4 milhões. Também em função disso, o tempo médio diário gasto pelos motoristas de carro subiu 32%.
Tendência é cenário mudar
Na avaliação do engenheiro Willian Aquino, especialista em transportes e coordenador do estudo, a política adotada pelo governo estimulou o uso de veículos de passeio expressa no represamento dos preços da gasolina e nas facilidades de crédito. Embora reconheça que o retrato não foi positivo, Aquino lembra que a tendência para os próximos anos pode se inverter. "A tendência do período estudado foi de maior utilização dos automóveis. Gasolina barata, estacionamentos sem controle, facilidade para comprar carro e aumento da renda média ajudam a explicar esse crescimento da maior utilização percentual dos automóveis", avalia Aquino. "Fica o alerta, mas essa não é uma situação inexorável. É claro que a pesquisa mostra uma situação preocupante. Mas acredito que o cenário possa mudar nos próximos anos. O Rio tem investido no transporte de massa, em BRT, VLT, nos bloqueios de acesso aos veículos de passeios em algumas regiões."
Três horários de rush
Em entrevista ontem (15) ao programa Bom Dia, Brasil, na TV Globo, a secretária estadual de Transportes, Tatiana Carius, reconheceu que ainda há muito a ser feito para melhorar o transporte de alta capacidade na Região Metropolitana. Mas destacou os avanços conquistados desde 2007. "Mobilidade urbana é o desafio de todas as grandes cidades. Temos que levar mais qualidade, conforto e pontualidade aos usuários. Não temos a utopia de ter resolvido os problemas. Mas o governo do estado vem investindo maciçamente, desde 2007, em transporte de massa. Ninguém constrói metrô de um dia para o outro", disse Tatiana, lembrando que o número de passageiros nos trens passou de 325 mil por dia, em 2007, para 680 mil, em 2014.
Ainda segundo a pesquisa, a hora do rush também acontece atualmente ao meio-dia, horário de almoço e de saída e entrada das escolas, e não apenas mais no começo da manhã e no fim da tarde.
Menos passageiros de vans
Outra constatação do estudo é que houve significativa redução do número de passageiros do transporte alternativo de 2003 para 2012. As viagens de vans e Kombis sofreram revés de 59,65% no período, caindo de 1,6 milhão/dia para apenas 658 mil. Os deslocamentos a pé ou de bicicleta também caíram cinco pontos percentuais de 37% para 31,8%. "Com a implementação do bilhete único, pessoas que faziam viagens a pé ou de bicicleta para economizar dinheiro passaram a utilizar o transporte público. Uma parcela mais significativa de moradores do subúrbio", avalia Willian Aquino.
O economista Marcos Poggi, especialista em planejamento de transportes, também acredita em uma mudança de tendência na próxima década. Ele defende a implementação de políticas que tornem o uso do carro menos atraente: "O aumento do uso do carro é inegável, mas essa tendência deve ser revertida. Infelizmente, as autoridades brasileiras ainda consideram pouco as alternativas de desestimular o uso do transporte individual colocando imposto na gasolina, ou induzindo o condutor particular a pagar mais por esse privilégio".
Fonte: O Globo (RJ), 16 de dezembro de 2014

Categoria: Geral


Outras matérias da edição

Cobrança de estacionamento (12/12/2014)

Chega ao fim a era do estacionamento gratuito no Shopping Park Europeu. A partir do dia 1° de janeiro serão cobrados R$ 2 por três horas durante a semana e R$ 4 nos finais de semana e feriados. A hora (...)

Desrespeito ao Rio Rotativo no Leblon (14/12/2014)

Achar uma vaga para estacionar costuma ser missão quase impossível em algumas ruas do Rio, mesmo em áreas com o sistema Rio Rotativo. Segundo o motorista Saul Wilson, na Rua Conde Bernadotte, no Leblo (...)


Seja um associado Sindepark