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Compartilhar é para valer?

 

A maior parte do mundo corre para diminuir emissões de gás carbônico (CO2) no intuito de limitar o aquecimento da atmosfera e consequentes mudanças climáticas. Ritmo e intensidade não são os mesmos em todos os países. Automóveis respondem por até 20% do efeito estufa, da produção primária do combustível ao que sai pelos escapamentos. Países europeus querem impor solução elétrica a um custo demasiadamente alto e cercado de incertezas.

Há, porém, soluções racionais e a preço menor. Uma delas é carona solidária preconizada pela empresa francesa BlaBlaCar, atuante também no Brasil. Ela apresentou um estudo sobre o potencial de parte dos carros trafegar com quatro pessoas a bordo. Apenas 1,6% a mais de automóveis na estrada permite transportar três vezes mais passageiros com 26% menos emissões de CO2.

Outra possibilidade é ampliar serviços de carona paga, por aplicativos de transporte. Podem ajudar a retirar veículos das ruas, mas como rodam um bom tempo vazios desconfia-se que ajudariam pouco a diminuir o consumo de combustível e, por consequência, o principal gás de efeito estufa.

Também existe a possibilidade de trocar a propriedade de um veículo por uso compartilhado e há dezenas de empresas no mundo oferecendo tais serviços. Deixando, agora, o aspecto ambiental de lado para focar na mudança de hábitos. Será que existe mesmo esse desejo latente e ardente de olhar para um carro que é seu, mas fica até 80% do tempo parado, e trocá-lo simplesmente por um serviço de transporte em que cada vez se dirige um carro diferente?

Europeus simpatizam com a ideia, porém americanos bem menos, como ficou demonstrado em matéria de capa da revista Dealer, da Fenabrave. No Brasil, para cada veículo novo vendem-se entre 4 e 4,5 usados. Isso gera grande receita para portais e sites especializados em anúncios online. Seria o compartilhamento uma ameaça para concessionárias, lojistas e comércio eletrônico? Veja a opinião de quatro executivos deste último setor:

Caio Ribeiro (Mercado Livre) – “Hoje o carro é o meio de transporte preferido pelos brasileiros e esse cenário deve se manter por muitos anos. Há interesse, ainda que limitado, por aluguel de automóveis por curtos períodos, inclusive via compartilhamento. E estamos preparados para essa demanda.”

Eduardo Jurcevic (Webmotors, do Santander) – “Pessoas podem continuar a ter carro e ainda usar diferentes modais de mobilidade. Isso varia de cidade para cidade. Tentar dar mais acesso é o nosso papel e investiremos nisso. A experiência de compartilhamento pode despertar também o desejo de compra.”

Giselle Tachinardi (OLX Brazil) – “Permanecemos atentos às oportunidades em veículos compartilhados, mas o amadurecimento da ideia será demorado aqui. Na cidade de São Paulo pode vir mais forte. Estive nos Estados Unidos e vi que também lá os cenários não apontam para guinadas.”

Ricardo Bonzo (iCarros, do Itaú Unibanco) – “Enxergamos os movimentos de mudança no que se refere à mobilidade, mas temos convicção de que concessionárias continuarão sendo parte fundamental. Uma opção seria locação de carros usados em seus estoques ou mesmo assinaturas para uso em diferentes prazos.”

Fonte: Automotive Business, 10/04/2019

Categoria: Geral


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