Parking News

Carros controlados pela mente: o que já existe e o que é pura fantasia

 

Imagine encarar as famosas curvas da estrada de Santos em um carro pilotado apenas pela sua mente. Como uma espécie de exoesqueleto cibernético, o veículo está conectado a seu cérebro e responde a todos os seus desejos - monitorando seus reflexos involuntários e reagindo antes mesmo de que sua consciência se dê conta das situações.

Fantasia demais? E quem sabe algo mais simples pode ser mais realista, como, talvez, ligar a ignição do carro com sua mente?

Foi exatamente isso que alguns sortudos puderam experimentar durante o Salão Mundial do Automóvel de Paris, em outubro.

A montadora alemã Opel, subsidiária da americana General Motors, colocou um estande no evento onde o público podia testar o novo modelo Astra da marca.

Acomodados em um confortável assento, os voluntários recebiam uma faixa de plástico para colocar em volta da cabeça. E simplesmente ao pensar em ligar o carro conseguiam fazê-lo.

Eis o truque: um sensor na faixa monitora as ondas beta do cérebro do usuário, exatamente como em um eletroencefalograma. Essas ondas, que são resultado da atividade elétrica cerebral, permitem que a faixa dê início a uma conexão Bluetooth ligada à ignição do Astra.

Leitor de pensamentos?

Não se trata de milagre. Esses detectores podem perceber quando uma pessoa está pensando, mas não têm a menor ideia sobre o que ela está pensando.

"A verdade é se que você decidir resolver uma equação matemática, o carro também vai ser ligado", revela Jean-Baptiste Herman, um dos fundadores da Tips Tank, a empresa de design de experiências que trabalhou com a Opel no projeto.

Pensar na frase "ligue o carro" poderia também ter funcionado para acionar os limpadores de para-brisas, sintonizar sua rádio preferida ou até dar início a uma cafeteira instalada do outro lado do salão - tudo só depende de onde está a conexão Bluetooth.

Exemplo no Brasil

Apesar de soar como uma grande diversão fantasiosa, o conceito do transporte telecinético - veículos cujo funcionamento é guiado pelas ondas cerebrais do condutor - não está tão longe de virar realidade.

"Essa tecnologia vem de pesquisas realizadas pela medicina", aponta Grégoire Vitry, diretor de marca da Opel Vitry.

Trata-se do mesmo mecanismo que ajuda pessoas com mobilidade reduzida a controlar alguns aparelhos que movimentam seus membros.

Um exemplo foi visto no Brasil, na abertura da Copa de 2014, quando o paraplégico Juliano Pinto, de 29 anos, conseguiu chutar uma bola usando um exoesqueleto robótico comandado pela mente.

O rapaz usou uma espécie de touca com eletrodos embutidos que monitoravam seus sinais cerebrais e os transmitiam para um computador, que, por sua vez, ativou as pernas motorizadas da roupa.

Em 2013, um grupo de pesquisadores da Universidade de Essex, na Grã-Bretanha, usou a chamada interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês) para operar uma versão simplificada de um simulador de nave espacial.

Mas o sistema, que depende de um humano usando uma touca com 66 eletrodos, ainda está em desenvolvimento.

Segurança no trânsito

Até que tudo isso vire realidade cotidiana, essa "telepatia eletrônica" está sendo estudada para outras finalidades do mundo das quatro rodas.

Uma delas é a segurança. Nos EUA, a cada ano, são reportadas à polícia cerca de 83 mil colisões provocadas por motoristas que dormem ao volante - 21% de todos os acidentes de trânsito fatais no país.

Números como esses levaram montadoras como a Mercedes-Benz a desenvolver o recurso Attention Assist, que procura por sinais do volante para identificar o nível de alerta do motorista, sugerir que ele faça uma pausa ou até apontar o local de repouso mais próximo.

Um carro conectado ao cérebro poderia ir além, reagindo ao tipo de atividade neural que corresponde a um estado de sono ou falta de atenção - pesquisadores da Universidade de Pune, na Índia, apresentaram ao mundo um sistema como esse em 2014.

'Cavalo e cavaleiro'

Apesar de a Opel não ter planos de desenvolver a fundo a tecnologia, o sucesso do projeto em Paris indica uma aceitação desse cenário futuro de mais harmonia entre o ser humano e um carro.

Fonte: BBC Brasil, 21/11/2016

Categoria: Mundo do Automóvel


Outras matérias da edição

O preço da comodidade

Por Jorge Hori* A busca por um estacionamento pago nunca é a primeira opção do usuário, isto é, o estacionamento representa uma parte de sua movimentação pela cidade, e pode ser ou não uma opção. É (...)

Estacionamento para o Natal (RJ)

O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Niterói (Sindilojas) quer facilitar a vida dos consumidores e por isso solicitou à Prefeitura a antecipação do esquema especial de vagas rotativas para as festa (...)

Itacoatiara receberá rotativo este mês (RJ)

Frequentadores da Praia de Itacoatiara terão que pagar estacionamento a partir da última semana de novembro. Isso porque a Prefeitura de Niterói está realizando o estudo sobre os detalhes da implantaç (...)

TCE analisará contas da Zona Azul (PB)

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) vai analisar a viabilidade econômica, para o município de João Pessoa, da contratação de empresa privada para operação de estacionamentos públicos, a ‘Zona (...)


Seja um associado Sindepark