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Analisando os sistemas de rodízio adotados na cidade

 

Por Jorge Hori* - Uma principais consequências do rodízio adotado na semana passada, valendo para toda a cidade e por 24 horas, mas já suspenso, foi que o trabalhador teve de mudar a sua rotina de trabalho. Sendo o seu carro com chapa par, saiu nos dias pares, ficando em home-office nos dias ímpares. E fez o inverso, se a chapa do seu carro é ímpar.
Do ponto de vista do trânsito e impacto sobre o meio ambiente o rodízio radical foi um sucesso. Do ponto de vista do isolamento para conter a contaminação do coronavírus não.
Já colocamos essa questão, na semana passada. O rodízio pouco ou nada tem a ver com o nível de isolamento.
O sistema adotado foi criticado e até contestado - supostamente por falta de estudo. A CET tem muitos estudos, com diversas hipóteses e simulações, inclusive da solução adotada, sempre segundo a visão de trânsito. Nunca chegaram a uma conclusão, pois a visão era que só poderia ser verificado na prática, por tentativa e erro. A oportunidade para testar deu certo nas vias estruturais e - provavelmente - nas arteriais. Porque nessas já há uma rede de radares para controle de velocidade que leem os números das placas e podem controlar o rodízio. Cabe considerar que grande parte ou a maioria das multas de trânsito aplicadas em São Paulo se referem a infração ao rodízio captada por radares. Já nos bairros intermediários e nas periferias onde são raros os radares o cumprimento do rodízio será menor.
Supostamente o rodízio radical gerou uma superlotação dos trens da CPTM, o que não faz muito sentido. A maioria dos com carro não usam alternativamente o transporte coletivo. Quando muito usam o metrô, mas não os ônibus ou os trens.
Uma parte menor é de trabalhadores por conta própria, como piscineiros, eletricistas, jardineiros e outros que prestam serviços a terceiros e têm um carrinho semiusado para se movimentar. Não teriam sido eles que lotaram as estações da CPTM. O mais provável é que a empresa não se preparou para as novas circunstâncias.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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