Parking News

O número de vagas de estacionamento nas principais ruas da Capital diminui na razão inversa do crescimento da frota. A visível opção da administração Haddad pelo transporte público e pela bicicleta também contribui para dificultar a vida de quem se desloca pela cidade com automóvel particular. Não bastassem todas essas dificuldades, eis que a opção pelo uso das vagas da chamada Zona Azul virou um sacrifício para os motoristas. Reportagem publicada pelo Diário nesta semana revela que, desde agosto, quando o valor da folha de Zona Azul subiu de R$ 3 para R$ 5, encontrar uma vaga disponível é tarefa tão difícil quanto localizar um posto credenciado para comprar o talão da Zona Azul no valor oficial, sem ágio.
É nesse cenário, que inclui ainda a falta de tempo dos motoristas e a distância entre os postos autorizados de venda, que os flanelinhas fazem a festa, praticando verdadeira extorsão aos donos de carros e exploração ilegal do espaço público. Em alguns pontos da cidade, especialmente em ruas comerciais, o lucro médio desses vendedores de talão no mercado paralelo pode chegar a R$ 200 por dia. Na lógica do mercado pirata, a necessidade do motorista combina com o oportunismo dos flanelinhas, que chegam a vender uma folha do talão entre R$ 7 e R$ 10.
Quem não quer ser explorado acaba correndo o risco de um prejuízo maior, no caso de uma eventual multa por estacionamento proibido. Confrontada com o problema, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) argumenta que, atualmente, a Capital conta com 2,3 mil postos oficiais de vendas de talão da Zona Azul. O serviço opera 38.593 vagas, sendo 34.226 vagas da Zona Azul Convencional, 1.534 vagas da Zona Azul Caminhão, 835 para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, 1.901 vagas para idosos e 97 vagas da Zona Azul Fretamento, distribuídas em 62 áreas, sendo 28% no Centro, 2% na Zona Norte, 36% na Zona Sul, 20% na Zona Leste e 14% na Oeste. Ainda que pareça muito, esse total de vagas não atende a demanda, e estimula a ação dos atravessadores e guardadores de vaga, um problema decorrente do outro.
Já que, pelo visto, a Prefeitura parece incapaz de encontrar uma solução definitiva, como a instalação dos parquímetros, vale reforçar o desejo de ao menos torcer para que o poder público consiga controlar a ação dos flanelinhas. Até agora, o que se tem visto é que o método usado para evitar a extorsão em praça pública é o mesmo da Cracolândia: dá-se ao problema um tratamento de choque, cuida-se da questão por duas ou três semanas, mas, depois, tudo volta como dantes.
No caso das vagas da Zona Azul, a ineficiência do poder público, além de não combater, acaba fomentando o mercado negro de boletos. Até quando essa farra vai continuar?
Fonte: Diário de S. Paulo, 8 de outubro de 2014

Categoria: Mercado


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